Olá tworistas! Hoje fomos à ponte do diabo e vimos que afinal o diabo mora no paraíso, um local recheado de histórias e lendas que ainda hoje alimenta a magia deste lugar.
A Ponte da Mizarela ou ponte do diabo localiza-se sobre o rio Rabagão, a cerca de um quilómetro da sua foz no rio Cávado, na freguesia de Ferral, concelho de Vieira do Minho. Esta faz a ligação entre as freguesias de Ruivães e Ferral, no concelho de Montalegre .
A ponte está inserida no fundo de um desfiladeiro escarpado, assente sobre os penedos e com alguma altitude em relação ao leito do rio, sendo sustentada por um único arco com cerca de 13 metros de vão. Esta ponte foi erguida na Idade Média e reconstruída no início do século XIX e ainda dura até então.
É possível deixar o carro a cerca de 400m e daí entrar num caminho de terra batida até chegar ao miradouro principal de onde é possível já apreciar a ponte do diabo. A partir daí se continuar pelo caminho de terra batida e entre pedras e pedrinhas é possível chegar ao início da ponte e atravessá-la para desta forma apreciar a bela queda de água.
Para os mais aventureiros existem umas lagoas onde é possível se refrescar nas suas águas gélidas.
No inicio do mês de Julho é comum realizar-se a “festa da misarela” que conta com espectáculos e representações alusivas às lendas que caracterizam o local. A próxima será a 7 de Julho de 2018!
Lenda da ponte de Mizarela
“Havia um mau homem em terras de Além Douro, a quem a justiça encarniçadamente perseguia por vários crimes e que sempre escapava, como conhecedor que era dos esconderijos proporcionados pela natureza. Apertado, porém, muito de perto, embrenhou-se um dia no sertão e, transviado, achou-se de repente à borda de uma ribeira torrencial, em sítio alpestre e medonho, pelo alcantilado dos penedos e pelo fragor das águas que ali se despenhavam em furiosa catadupa. Apelou o malvado para o Anjo-Mau e tanto foi invocá-lo que o Diabo lhe apareceu. ‘Faz-me transpor o abismo e dou-te a minha alma’, disse-lhe. O Diabo aceitou o pacto e lançou uma ponte sobre a torrente. O réprobo passou e seguiu sem olhar para trás como lhe fora exigido, mas pouco depois sentiu grande estrépito, como de muitas pedras que se derrocavam, e ninguém mais ouviu falar da improvisada ponte. Os anos volveram e, enfim, chegou a hora do passamento. Moribundo e arrependido, confessou ao sacerdote o seu pacto. Este foi ao sítio da ponte e tratou igual pacto com o Diabo. A ponte reapareceu e o sacerdote passou, mas tirando rápido, um ramo de alecrim, molhou-o na caldeirinha que levava oculta, três vezes aspergiu, fazendo o sinal da cruz e pronunciando as palavras sacramentais dos exorcismos. O mesmo foi fazê-lo que sumir-se o Demónio, deixando o ar cheio de um vapor acre e espesso, de pez e resina, de envolta com cheiro sufocante de enxofre, ficando de pé a ponte.”
Boa aventura ❤